10: Consequência, Ato I

ESCRITO & produzido por MISCHA STANTON
TRADUZIDO POR JÚLIA OLIVEIRA
[EN]

[gravador de fita liga]

BILL DONOVAN (BD): 28 de outubro de 1943. Daqui a anos e anos, as pessoas ainda se recordarão deste dia. Como o Dia da Independência. O dia em que damos nosso primeiro passo. O dia em que iniciamos nossa reconquista da Europa e vitória sobre os nazistas, mudando a corrente no Pacífico e acabando com esta guerra de uma vez por todas. Hoje é o dia em que testamos o Projeto Arco-íris.

Quando o Presidente Roosevelt me nomeou Coordenador da Inteligência, ele esperava que eu que fosse assertivo. Queria que eu fosse o valentão no parquinho. Ele queria o Bill Selvagem Donovan. Mas acho que o velho FDR não estava por dentro ainda. Esta é a última guerra que lutaremos com bombas, armas e espadas. A guerra está se movendo para as sombras. Pensaram que era louco quando instalei microfones na cidade de Polvo inteira, mas não rirão quando eu tiver sujeira sobre cada pessoa que esteve dentro de raio de cinco quilômetros daquele lugar. Você não atira até que o tiro perfeito chegue, quando o alvo está exatamente onde o quer e, então, tudo desmorona. [dá um tiro com arma imaginária]

E como eu sei disso? Um professor de Ensino Médio de Boston... Anthony Partridge. Eu o chamei de tolo quando ouvi que tinha invadido meu escritório em Nova York, gritando como um louco alarmista a qualquer um que parasse para ouvi-lo. “Os japas estão vindo! Os japas vão nos atacar! O céu está caindo, o céu está caindo!” Nós o levamos para interrogatório, mas no fim o sujeito não sabia de nada! Disse que tinha passado os eventos mundiais por algum tipo de fórmula... Que piada! Enfiei o relatório no fim da pilha e o mandei de volta para casa.

É, bom, isso foi em outubro de 1941 e, em dezembro, eu já não estava rindo. Acontece que o Dr. Partridge estava revolucionando a matemática e a análise de eventos, e mais toda uma verborreia. Chama-se Mecânica de Previsão. Ele me disse que o único jeito de sobrevivermos seria desenvolver nossa tecnologia, nossa inteligência, e rápido. Disse que os alemães estavam desenvolvendo foguetes e máquinas pensantes, supersoldados e bombas atômicas. Eu preferiria ir para inferno a deixar que me pegassem com as calças na mão assim. 

Então dei a ele acesso a todos os recursos ao meu alcance. Eu disse “encontre todo cientista trabalhando em algo novo– algo novo e grande, e daremos espaço a todos para desenvolverem o trabalho deles para nós. Peguei todos que pude alcançar. Matemáticos, químicos, físicos. Engenheiros. Qualquer um trabalhando no limite, na fronteira. E chamei de Agência de Desenvolvimento de Recursos Anômalos: ADRA.

Levou dois anos jogando ciência na parede, para ver o que colava. Investimos dinheiro– bastante dinheiro– em uma cidadezinha no meio de lugar nenhum, no sudoeste. Mas finalmente encontramos o que estávamos procurando: O Projeto Arco-íris.

Estou na Filadélfia agora. O teste está marcado para acontecer em algumas horas. Leslie Groves, Robert Oppenheimer, Eisenhower, Harry Truman... Edgar Hoover. Aquele cretino arrogante. Ele está no pé de Roosevelt há meses, dizendo a ele para fechar meu projeto. Chamou o trabalho de Partridge de farsa, chamou os garotos no comando do Projeto Arco-íris de “barris de pólvora descontrolados”. Toda vez que tento subir um degrau na escada, os pés dele pisam nos meus dedos. Bom, ele vai ver. Vai ver do que sou capaz hoje. Mal posso esperar para esfregar na cara dele.

[rádio sintonizando; sons de um porto]

BD: Victor Lambert, Ivan Maraczek, este é o Sr. J. Egdar Hoover, diretor do FBI.

IVAN MARACZEK (IM): Prazer em conhecê-lo.

VICTOR LAMBERT (VL): É uma grande honra, senhor.

J. EDGAR HOOVER (JEH): Aposto que é.

BD: Esses dois são as mentes por trás do que estamos demonstrando hoje.

JEH: Tornar os navios invisíveis aos radares, certo?

VL: Sim, senhor, isso mesmo. Será possível emboscar alvos, observar o inimigo sem ser visto.

IM: O gerador manipula ondas eletromagnéticas em volta de um objeto por meio da catalização—

JEH: Qual é seu nome mesmo, filho?

IM: Ivan Maraczek, senhor.

JEH: De onde você é, Ivan Maraczek?

VL: Escuta aqui, colega, se você tem algo a dizer—

IM: Victor, acalme-se.

JEH: Tenho sim, na verdade. Sei que o seu lado e p nosso fizeram um acordo, mas não estou muito certo sobre quanto do futuro desta nação devíamos entregar à  um “gênio recluso” vira-página do Eixo! Como podemos saber que isso não é algum tipo de truque? Pode muito bem ter uma bomba naquele navio.

VL: OK, presta atenção, seu idiota pomposo!–

BD: Dr. Lambert! Sabe, acho que é melhor vocês irem para os seus assentos. A demonstração está prestes a começar.

[Ivan leva Victor embora]

JEH: Aquele garoto tem um temperamento bem difícil. Tem certeza que ele é qualificado para ser o protagonista da sua pequena operação? [ri]

BD: Essa é boa. Ótimo. Diga qualquer coisa em frente ao governo para fechar meu projeto. Por que não ao menos os deixa ver o que temos, antes de decidirem se me deixarão continuar?

JEH: É um desperdício de dinheiro e mão de obra, Bill. Suas engenhocas extravagantes não vão derrotar os alemães. A única coisa que lhe levará para cima é manter o pé no chão. Roosevelt sabe, Eisenhower sabe, Truman com certeza sabe. E, assim que passarmos por este circo, não terão nenhum problema em lhe dizer também.

AMELIA: Certo, pessoal, o teste está prestes a começar. Acomodem-se e coloquem seus óculos de proteção.

BD: Só espere e veja.

JEH: É só uma questão de tempo.

[todos se sentam; Bill vai até um púlpito]

BD: Boa tarde, cavalheiros. Todos vocês sabem que tenho uma tendência a discursos longos—

[plateia ri]

BD: Mas estou tão ansioso para ver este teste quanto vocês. Então só direi isto: O que vocês verão hoje é, sem sombra de dúvida, o futuro da guerra na era moderna. Podem começar.

AMELIA: Doca para Eldridge, na escuta, Eldridge?

CHET WHICKMAN (CW): [no rádio] Afirmativo, Doca, a engenharia relata que está tudo certo, todos os sistemas prontos. Permissão para proceder?

AMELIA: Permissão garantida. Boa sorte, garotos.

CW: Teste do Projeto Arco-íris começando em dez, nove, oito, sete, cinco, quatro...

[sinal cai]

AMELIA: Câmbio? Eldridge, perdemos vocês, na escuta, Eldridge—

[Projeto Arco-íris ativa no porto distante; silêncio total; então, o mundo volta]

JEH: Não sei vocês, garotos, mas definitivamente vi aquilo. Claro como o dia.  

VL: Cale a boca! Não, isso não está certo. Não era isso que era para acontecer—

AMELIA: Eldridge, câmbio, Eldridge, o que aconteceu?

IM: Talvez tenhamos calculado mal a distribuição da lente gravitacional—

BD: Contate-os.

[estática]

AMELIA: Estou tentando, senhor. Câmbio, Eldridge!

CW: –oca. Eldridge para Doca. Vocês não vão acreditar nisto… Tem uma pessoa na proa. Uma pessoa que não estava lá antes... Uma mulher.

[rádio sintonizando; Bill sai da sala de interrogação no Eldridge]

CW: Então… O que ela disse, senhor?

BD: Está firme na história dela. A baboseira toda do futuro. Diz que é do ano 20█.

CW: E… você acredita nela?

BD: Você acreditou nela, Oficial…

CW: Whickman, senhor. Sargento-assistente Chet Whickman.

BD: Você acreditou dela, Oficial Whickman?

CW: … Acreditei, senhor. Não acho que ninguém… “perdido” daquele jeito tem raciocínio restante o suficiente para mentir.

BD: Ela está convicta, isso é certo. Acredita no que está dizendo. O que significa que ou ela está dizendo a verdade, ou se levou a acreditar que é real. A expressão impassível perfeita. Uma habilidade essencial para um espião. 

CW: Como podemos saber? Hm, senhor.

BD: Não podemos. E é por isso que você vai se livrar dela.

CW: Hm… hm… Sim, senhor.

BD: Diga o que quer dizer, filho.

CW: Não tenho intenção de questionar ordens, senhor.

BD: Fale livremente, Oficial Whickman. Por favor.

CW: Bom, eu só… Ela não é uma ameaça, senhor. Não estava armada, não estava fazendo nada além de ficar deitada onde a encontramos. Provavelmente sabe tanto quanto nós sobre o que aconteceu. Está coberta do próprio vômito e completamente indefesa. Só são parece certo atirar em uma mulher indefesa assim, senhor.

BD: Ela apareceu do nada, filho. Do éter. Diz que é do futuro, e admito que o argumento dela é convincente. Mas, se simplesmente apareceu do nada, o que lhe assegura que ela apenas não desaparecerá de volta? Cada segundo que desperdiçamos conversando sobre isso é outro segundo em que ela está planejando como fugir. Não podemos arriscar. 

CW: Eu entendo, senhor, mas acho que se ela fosse fugir, agora— se ela pudesse ter fugido até agora, já teria o feito. E, como já a temos aqui....

BD: Vá em frente, Sargento-assistente.

CW: Recrute-a, senhor. O que quer que ela tenha feito, como quer que tenha chegado aqui.... É algo inteligente de verdade. Algo supertecnológico, certo? Como vocês estavam fazendo com o navio. E, o que quer que ela tenha, parece que foi ela quem inventou. É o que diz, pelo menos. Acho que se ela entende mesmo de algo de alto-nível assim, só poderia nos ajudar, certo? E se não for caso... bom, acho que você terá desperdiçado uma semana, por aí.

BD: Recrutá-la…

CW: É só uma ideia, senhor.

BD: Não uma má ideia. Nada má mesmo... Então, Chet, o que acha de uma nova tarefapara você?

[rádio sintonizando]

BD: –você não vai se arrepender, John— sim, eu sei. É uma mudança radical, mas o orçamento da OSS definitivamente tem espaço para negociação. OK, OK. Eu sei. Obrigado. Sim, você também. OK. Tchau.

[Bill desliga o telefone; Sally entra na sala]

SALLY GRISSOM (SG): OK, Donovan, que merda é essa?!

BD: Dra. Grissom, a que devo o prazer—

SG: Ah, cala a boca, Donovan.

BD: Sabe, você realmente não pode falar assim comigo.

SG: Por que você fez isso?

BD: Fiz o quê?

SG: Você… me confinou à solitária! Não sei por que não pode só confiar que não vou vazar segredos do futuro, nem nada do tipo. Eu te disse que não ia falar nada. Mas não! Acha que vou aceitar isso calada?!

BD: Sally, eu—

SG: Demorei um pouco pra perceber, sabe. Primeiro, os técnicos, daí os comissionários, as telefonistas, os calculadores—

BD: Sally! Do que você está falando?

SG: Por que você proibiu a cidade inteira de Polvo de falar comigo?

BD: Não proibi!

SG: Não… não proibiu?

BD: É claro que não! Seria uma péssima ideia. Por que céus eu daria ordens às pessoas com quem você deveria estar trabalhando para lhe ignorar?

SG: Eu… Hm…

BD: Tente ser gentil com as outras crianças, Dra. Grissom.

SG: É…Pode deixar.

[Sally sai; Bill aperta interfone]

BD: Amelia, pode ligar para o Dr. Partridge?

[fita acelera]

ANTHONY PARTRIDGE (AP): Queria me ver, senhor?

BD: Anthony, você tem que pegar mais leve com Sally Grissom.

AP: Co-Como assim?

BD: Não se faça de bobo comigo. Esteve falando mal da garota para o resto de Polvo. É infantil e está entrando no caminho do progresso.

AP: Oh, sim, do progresso de quem estamos falando, Bill–

BD: Do progresso dela, Anthony. Eu disse a você. É no progresso dela que estou colocando meu dinheiro agora. E você pode ou levar para o pessoal como um namorado rejeitado, ou ser homem e se focar no trabalho. Qual dos dois será?

AP: Mas, vamos lá, Bill, não é justo—

BD: Qual. Dos. Dois. Será?

[Anthony fica em silêncio]

BD: Boa escolha. Da próxima vez que ela pedir voluntários, você está na equipe dela. Fui claro?

AP: Sim. senhor.

BD: Você vai ver. Quando se conhece ela melhor, não é tão–

[Anthony bate a porta]

BD: [suspiro]

[rádio sintoziando]

BD: Bill. Oi. Sim, é você. Precisa me ouvir com bastante atenção. Isso não é uma piada. Nem um trote. O nome do seu pai é Timothy e o da sua mãe é Tish. Você foi atingido por estilhaços no interior da Bélgica e até hoje não consegue sentir nada naquele ponto acima do seu quadril esquerdo. O que faz você se preocupar e perguntar se tem algo de errado com ele, apesar de fazer décadas e provavelmente estar tudo bem... Hmm. É. Hoje é— meu hoje é 1 de Agosto de 1945. Eu sei, este dia não aconteceu ainda. Já está começando a entender? Ótimo.

Se meu Whickman levar a fita para Polvo, e conseguir descobrir como usar aquela maldita máquina, você vai ouvir isso na manhã de dez de julho. Não vou ficar lhe entediando com detalhes; você descobrirá em breve, suponho. Seu Comitê de Supervisão vai chegar de Trinity em alguns dias. A Timepiece não está pronta, e não estará quando eles chegarem. Anthony Partridge, na sabedoria amargurada infinita dele, raptou Sally Grissom e o grupo inteiro dela e os levou para Las Vegas, Nevada, pelo fim de semana. O Comitê vai tentar fechar o projeto.

Sei que está com raiva. Está frustrado. Quer lutar contra isso. Eu sei. Foi o que eu fiz. Você não fará isso. Aqui está o que vai fazer:

Deixe-os aproveitar o fim de semana deles. Não vai fazer diferença, de qualquer forma. Sally está certa: é apenas incrivelmente difícil mostrar a alguém como a Timepiece funciona. Não é chamativa, não é nenhuma bomba atômica. Em vez disso, vai ligar para Edgar Hoover e dizer que entrou em contato com um certo empresário de Nova York chamado John Monroe. Veja só, dei uma investigada. Encontrei o Sr. Monroe, e ele tinha alguns... detalhes bastante íntimos sobre o nosso Sr. Hoover. Detalhes de fato bem chocantes e vívidos sobre os encontros dele com nosso inimigo mútuo.

Sim, é isso mesmo, meu amigo. J. Edgar Hoover é um homossexual. [ri] Vá em frente, aproveite o momento.

Agora, ligue para Hoover, e conte a ele sobre o Sr. Monroe. A menos que queira que o que o Sr. Monroe sabe seja relevado, ele vai tentar revidar. Vai jogar o arquivo que tem sobre você de volta na sua cara. Bill, confie em mim: Não se preocupe. Ele não tem tanto sobre você quanto pensa. Não percebeu que você não tem nada a perder.

É um plano sólido, eu prometo. Tive algumas semanas para bolá-lo. Ele não vai querer perder o poder só para lhe arrastar para baixo junto com ele. E, desde que apoie a Timepiece, o Comitê o seguirá. Ele não vai lhe agradecer, então fique atento, mas se estamos fôssemos um homem de apostas— e sei que somos— eu diria que ele fará a parte dele.

Estou em um motel caindo aos pedaços hoje. A cama range e a cabeceira tem marcas de dentes. Mas, assim que essa fita chegar a você, estarei de volta onde pertenço. Você estará, quero dizer. Pelo jeito a Timepiece é bem útil, no final das contas.

[rádio sintonizando]

BD: [na fita] … Pelo jeito a Timepiece é bem útil, no final das contas.

[fita para]

BD: Isso é tudo.

CW: E onde disse que encontrou isso, senhor?

BD: Só… apareceu aqui. Estava na minha mesa, virei para trás e, quando olhei de volta, estava lá. É genuína, filho, isso está claro. Mas não sei o que fazer com ela.

CW: Bom, senhor… Assumindo que o que você disse na gravação é verdade... Parece um plano suficientemente sólido. É difícil para mim acreditar que não há nada que possamos dizer ao Comitê que o convença a ver do nosso modo, mas você parecia bem certo de que não havia nada que pudéssemos fazer. Bom, suponho que se Hoover estivesse lhe apoiando, considerando o quanto ele odeia você... isso poderia ser o bastante para fazer o Presidente Truman mudar de ideia.

BD: Independentemente de qualquer coisa, teríamos que desacelerar as operações.

CW: Ah, sem dúvida. Provavelmente grande parte da cidade, aposto. É capaz de só termos o bastante—

BD: —o bastante para a equipe da Timepiece.

CW: Exatamente, senhor. Será o bastante?

BD: … Está vendo isto? Isto é só o começo. Se eu puder me avisar antes de qualquer perigo acontecer... É tudo que precisaremos. O resto virá com o tempo. Chet, eu quero que você os siga até Vegas. Jack Wyatt fala demais, e a última de que preciso são repórteres metendo seus narizes em Polvo. Mande Brooks para mim, a equipe dele acabou de finalizar um projeto, e uma cópia do projeto da Timepiece. Retire qualquer coisa que a ligue à equipe de Sally. Quero uma Timepiece extra montada e funcionando em um mês. Já eu, parece que vou ter que fazer uma ligação para o Sr. Hoover.

[rádio sintonizando]

BD: Fita 2, data de envio: 17 de julho de 1945, visando o dia 10 de julho. Isso é depois de eu ter recebido a Fita 1, então espero que ouça ela antes desta. A informação sobre Hoover era verdade. O viadinho cedeu, falou com Truman para nós, mas o que quer que ele disse não foi convincente o bastante. Quando você ligar para ele desta vez, assegure-se de deixar claro o quão convincente deve ser. E, se não funcionar... suponho que vamos continuar tentando até dar certo.  

[rádio sintonizando]

BD: Fita 5, data de envio: 26 de julho de 1945, visando o dia 18 de julho. Churchill perdeu as eleições. Diabos, não chegou nem perto. Não sei ao certo como ele conseguiu ir tão mal... É bom cobrar aquele favor que ele nos deve, melhor cedo do que tarde.

[rádio sintonizando; leve distorção estática]

BD: Fita 7, data de envio: 10 de agosto, 1945, visando o dia 4 de agosto. Truman não nos apoiou. Foi correndo implorar ajuda aos soviéticos. De um jeito ou de outro, não vão quebrar o pacto com o Japão a menos que Truman se comprometa a fazer a segunda bomba. A última fita não foi mentira, o Japão não aceitou a Little Boy calado. Diga a Truman para prestar mais atenção. Ele já usou uma bomba, o que é uma a mais?

[rádio sintonizando]

BD: Fita 12, ou… acho que é a 12. 12 de setembro de 1945. Encontrei uma fita sem rótulo. Não sei de quando exatamente ela é, então dane-se minha tentativa de manter estas coisas em ordem. Mas é uma gravação de Chet Whickman confrontando Quentin Barlowe, um dos nossos criptologistas trabalhando para Anthony Partridge nas Mecânicas de Previsão. Parece que Barlowe é um de agente criminoso, espionando-nos para... alguém. Não ficou muito claro quem. Tenho que mandar Whickman investigar isso. Talvez uma atualização da inspeção de segurança de todos... elimine qualquer um estúpido o bastante para invadir a cidade do Bill Selvagem Donovan.

[rádio sintonizando]

BD: Fita 16, data de envio: 3 de dezembro de 1945, visando o dia 28 de novembro. O novo escritório da Central de Inteligência está tomando forma. Mandaram um homem para inspecionar Polvo hoje, o nome dele é Cornish– Hank. Parece um sujeito decente. Bastante interessado no que a Timepiece pode fazer. Pode se tornar um aliado. [funga]

[distorção estática]

BD: Fui frio com ele, mas queria você tentasse a reunião de novo. Aproxime-se dele. Acho que não vamos nos arrepender.

[rádio]

BD: Fita 19, data de envio: 12 de dezembro de 1945, visando o dia 11. Estou em um hospital em DC. Um idiota cruzou um sinal vermelho e bateu na lateral do meu carro na esquina da Avenida 9th com a Rua F. Quebrei a clavícula, perfurei um pulmão, e meu braço esquerdo é basicamente uma coleção frouxa de estilhaços de osso. Só... fique atento, faz o favor?

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Fita 20, data de envio: 12 de dezembro de 1945, visando o dia 11 de novo. No hospital. De novo, acho. Esperar no sinal não funciona. O idiota bateu em mim por trás, no meio do cruzamento. Talvez tentar um outro caminho da próxima vez?

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Fita 21. Remarque a reunião. Faça-os ir até você. Fique longe da maldita rua.

[rádio sintonizando]

BD: Fita 26. Diga a ela, merda. Por Deus, diga o que ela significa para você.

[rádio sintonizando]

BD: Fita 29, data de envio: 21 de dezembro de 1945, visando o dia 20 de dezembro. O Sr. Cornish voltou à cidade hoje. Ele me disse que apresentou meu caso para o Comitê com o máximo de convencimento que podia, pelo projeto da Timepiece, mas decidiram fechá-lo mesmo assim...

[rádio sintonizando]

HANK CORNISH (HC): Sinto muito, Bill, de verdade, mas sem algo que eu possa mostrar a eles, é difícil vendê-lo!

BD: Vamos lá! Ele nos deixou livres para fazermos o que quiséssemos por quatro anos!

HC: Isso foi antes da bomba, Bill! Antes de ganharem a maldita guerra!

BD: Ha! “Ganharem a guerra”? Que piada. Derrotaram os alemães e os japas, claro, mas a Guerra de verdade só está começando.

HC: E eu não sei. E sei que seu projeto da Timepiece é a chave para tudo. Mas não é algo que eu possa colocar nas mãos deles e lhes mostrar.

BD: Sim. Vou bolar alguma coisa.

[rádio sintonizando]

BD: Fita 30, 21 de dezembro de 1945. Hank Cornish concordou em anunciar que vamos fechar a cidade na festa de Natal. Se tudo correr como planejado, um certo “barril de pólvora descontrolado” ligado aos restos do Projeto Arco-íris pode se sentir tentando a... tomar medidas drásticas.

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Fita 31. 21 de dezembro. Maraczek mordeu a isca, a Estação Arco-íris A não passa de história agora. Preciso mandar isso rápido, antes que Sally comece a mudar as coisas.

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Fita 32. Sally foi impedir a Estação Arco-íris A de explodir. Estou de olho na versão dela que ainda está na festa de Natal, mas Cornish ainda não está convencido. Preciso tentar outra coisa. [tosse]

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Fita 33. Lambert. Seu filho da puta esquentadinho lindo. Enquanto Sally estava consertando uma estação, ele explodiu a outra. Mas Sally estava lá para detê-lo. Outra Sally. É isso. Essa é nossa oportunidade. Assegure-se de que Cornish esteja lá para encontrar Sally na Estação A, e você para encontrar a outra Sally na Estação B. Isso vai mostrar para ele. Mais uma vez.

[rádio sintonizando; distorção estática]

DUAS SALLY GRISSOMS: Essa é— aaagh...

[distorção estática]

HC: Dra. Grissom, você está bem?

BD: Isso é evidência física o suficiente para você?

HC: Chame um médico!

BD: Consiga os fundos.

HC: O quê? Donovan, sai—

BD: Diga que vai conseguir os fundos.

HC: Deus do céu, você é louco?

BD: Meu tempo está acabando. E o dela também. Consiga. Os. Fundos.

HC: Está bem! Sim, OK? Vou conseguir seus malditos fundos! Mas não adiantariam nada sem ela, então sai da minha frente!

[rádio sintonizando]

BD: Um ano. Temos um ano em uma cidadezinha no Colorado. Um ano antes de a Central de Inteligência colocar um colar de ferro em volta do meu pescoço. Posso ter forçado um pouco a barra com Hank Cornish, mas... fiz o que tenho que fazer. Tenho— tive que fazer.

[distorção estática]

BD: [pigarreia] Um ano no jogo. Mal dá tempo de fazer algo. É claro... tenho muito mais tempo que a CI pensa. Melhor botar as mãos à obra logo.

[rádio sintonizando; interfone]

SECRETÁRIA: Prefeito Harding, o senhor das dez horas está aqui.

MAYOR HARDING (MH): [no interfone] Mande-o entrar.

BD: Obrigado, querida.

[Bill ajusta o microfone; porta abre, Bill entra]

BD: Prefeito Harding, Bill Donovan. É um prazer conhecê-lo.

MH: Prazer, Sr. Donovan. O que posso fazer por você?

BD: Bom, como você sabe, acabei de me mudar com a minha equipe.

MH: Sim, falei com seu colega, o Agente Cornish. Vocês se mudaram para a velha estação Roebuck, nos arredores da cidade, ao sul, certo?

BD: Sim, senhor, e graças àquele prédio, vamos nos acomodar muito bem aqui. Muito bem. 

MH: Bom, tem mais alguma coisa que posso fazer por você, então, Sr. Donovan?

BD: Para falar a verdade, tem sim. Vamos precisar usar uma quantidade significativa de energia na sua estação. Bastante energia, na verdade. Sua usina pode não ser suficiente para fornecer tudo. Trouxe algumas plantas para—

MH: Plantas? Sr. Donovan, as necessidades de eletricidade na nossa cidadezinha são bem modestas. Não precisa de mais do que isso. O que você está sugerindo seria arrancar metade dos fios de cobre da cidade—

BD: Mais de metade, na verdade. Vão precisar destruir a Rua Elm, a Rua Baker, e todo este trecho da estrada que vai até o vale. Sei que é uma via principal para sair e entrar na cidade, então precisaremos construir um desvio—

MH: Sr. Donovan, você está falando de um projeto que precisaria de três ou quatro equipes trabalhando aqui por um mês, sem parar. Desviar o trânsito em volta da Elm seria um verdadeiro pesadelo! Como está planejando pagar por tudo isso? Sua agência deve ter uma dinheirama—

BD: Na verdade, Sr. Prefeito, você vai financiar as reformas.

MH: [ri] Ah, é mesmo?

BD: Pode ser certeza. A menos que queira que seus eleitores descubram sobre como você apunhalou seu amigo e colega pelas costas para chegar onde está hoje...

MH: Eles já sabem. Sr. Donovan! Tornei a coisa bastante pública durante minha campanha. Não queria manter nenhum segredo, para homens como você não conseguirem me forçar a nada! Tem alguma coisa legal e razoável que eu possa lhe fazer, Sr. Donovan? Antes de você acabar com o restinho de bem que deixou neste escritório?

BD: Sim… Parece que isso não lhe convenceu, não é?

MH: [ri] Parece que não, senhor!

BD: Acho que apenas vou ter que tentar de novo.

[rádio sintonizando]

MH: Sr. Donovan, as necessidades de eletricidade na nossa cidadezinha são bem modestas. Não precisa de mais do que isso–

BD: Tenho aqui comigo tecnologia que vai revolucionar este século e o próximo. E, se vier tudo daqui, se você concordar nos subsidiar... poderia lucrar bastante, Sr. Prefeito.

MH: Senhor! Não sei que tipo de homem você pensa que eu sou, mas não serei comprado por um valentão como você!

[rádio sintonizando]

MH: Sr. Donovan, as necessidades de eletricidade na nossa cidadezinha são bem modestas. Não precisa de mais do que isso–

BD: Você pode encher todo o lugar de luz. Vai ser uma maravilha, uma grande atração! “A Cidade Brilhante na Colina”! Pense no dinheiro que trará para a cidade.

MH: Um monte ricaços e cafajestes da cidade vem nos feriados... e destroem a paz em Ponto de Exílio. Eu e você temos ideias bem diferentes do que é bom para esta cidade.

[rádio sintonizando; distorção estática; sons de luta]

BD: ASSINE-OS! ASSINE OS PAPÉIS, MERDA!

MH: Tire as mãos de mim, Sr. Donovan!

[rádio sintonizando]

CW: Senhor, o que você quer? Não estou entendendo.

BD: Quero que você comece a separar fundos e investi-los em reconstruir a rede elétrica desta cidadezinha no Colorado. Vamos ter mudando para lá— ter mudado para lá… Em dois anos estaremos lá e precisa ser preparar... preparou... preparado.

[distorção estática; rádio sintonizando]

BD: [tosse]

CW: Senhor, por que não se senta?

BD: Que merda, Chet, eu estava bem! ... estou bem! Vou ficar bem. Eu... você precisava— precisa fazer… falou… vai falar—

CW: Eu sei, senhor, eu sei. Preciso falar com Jack Wyatt, é capaz de ele acabar matando todos da equipe se continuar—

BD: Não! Você não vê? Ele sabe que estamos chegando. E sabe que sabemos, que sabíamos, que saberemos de todos os planos, e— [ataque de tosse]

CW: Senhor, talvez seja melhor você—

BD: Whickman, você precisa de um plano. Planeje tudo. Tudo que puder pensar, cada contingência. Ele dá um jeito de contornar. Nós estivemos... vamos, vamos estar... temos que estar preparados para ele... preparados para ele.

CW: [suspira]

[rádio sintonizando]

CW: A saúde do Diretor Donovan está piorando mais e mais a cada dia. A fala dele... é como se não conseguisse falar nem uma frase inteira mais... só sequências de palavras! Ainda estou seguindo o plano que ele nos deixou, mas... É minha responsabilidade agora. É tudo minha responsabilidade!

HC: Acalme-se, filho. É por isso que estou aqui. Estou aqui para organizar os próximos passos.

CW: Bom, está me parecendo que todo mundo da equipe simplesmente decidiu que a Timepiece não é importante o bastante para ser digna do foco deles, senhor.

HC: E você disse a eles que o que quer que consigam fazer até o fim do ano será definitivo, certo?

CW: Não vai fazer diferença, senhor. Não são cavalos, não dá para simplesmente chicoteá-los até correrem mais rápido. Nós temos… temos que abordar a questão de outro ângulo. 

HC: Qual é sua ideia?

CW: Bom… o Diretor Donovan tinha algumas. Ele disse que temos que atraí-los de volta. Tirar Wyatt da bebida e devolvê-lo ao laboratório. Aliviar a pressão que Helen Partridge está colocando no marido para escolher entre ela e o trabalho.

HC: E para fazer a Dra. Grissom se focar?

CW: Sally é um caso especial, senhor. Não queremos forçá-la. Ela é valiosa para o projeto, e quão mais perto chegar dele.... Bom, maiores as chances de acabar como Bill.

HC: Sim, eu vi. Nós não iríamos querer isso.

CW: Não há nada que você possa fazer? Conseguir-nos mais tempo?

HC: O que acha que tenho feito, filho? Estou sem alternativas! Deixei vocês aproveitarem seu ano, mas a janela está se fechando. E alguém precisa assumir as coisas aqui, ou vai tudo desmoronar. E se você não o fará—

CW: Eu dou conta, senhor.

HC: Então dê!

CW: Os problemas são Wyatt e Partridge. Precisamos conseguir ajuda para Jack— alguém de fora da agência. Ele não confia em uma palavra nossa. Tem que ser alguém que encontrou por si mesmo... [estala os dedos] Ele tem uma garota com quem posso conversar, ela vai colocá-lo de volta nos trilhos!

HC: E os Partridges?

CW: Não acredito que há algo de que a Sra. Partridge gostaria mais do que ver o marido fora daqui. Se vamos manter Anthony Partridge conosco, ela tem que ir embora.

HC: Deixe-a comigo, então. Nada mal, Sr. Whickman. Nada mal mesmo.

[rádio sintonizando; uma multidão sai do clube]

HC: Srta. Partridge, posso falar com você um minuto?

HELEN PARTRIDGE (HP): Hm, claro. A propósito, é Senhora—

HC: Erro meu, Sra. Partridge. Acabei de ver sua apresentação. Sua voz é simplesmente linda.

HP: Ora, obrigada, Sr.—

HC: Oh, perdoe-me, meu nome é Harry Conway, represento Conway, Stevens & Rice. Somos uma agência de talentos sediada em Los Angeles. Recebi uma ligação de um amigo meu que estava passando pela cidade umas semanas atrás, dizendo que eu tinha que ver Helen Partridge cantando! E tenho que lhe dizer, senhora, meu amigo não estava errado. Nem um tiquinho errado.

HP: Ai meu— Você… você não está falando sério. Nesta cidadezinha no meio do nada?

HC: Oh, mas Sra. Partridge eu estou falando 100% sério! Gostaria de oferecer a você a chance de cantar para a nossa companhia. Vamos arrumar tudo na Califórnia, levar você, gravar algumas músicas e, quem sabe, talvez até consiga um contrato em algum lugar—

HP: Sr. Conway, por favor! Aprecio sua oferta, mas... Jesus, quer dizer, Califórnia?

HP: … Não, não, desculpa, eu não posso. Este é só um passatempo bobo. Eu-eu moro aqui, meu marido—

HC: Seu marido está aqui, Helen? Posso falar com ele, talvez?

HP: Ele, hm… N-não, ele não veio hoje...

HC: Oh, bom, então talvez eu possa falar com ele outra noite?

HP: Você teria que nos visitar em casa então, Sr. Conway. Meu marido não veio me ver cantar ainda.

HC: Que… Bom, que pecado. Está perdendo algo especial. Escute, Helen, sei que é muito em que se pensar. Seria desistir de todas as coisas boas que você tem aqui; sua vida tranquila nas montanhas com seu marido, todos os seus amigos na cidade. Mas, se quer meu conselho, seria um pecado desperdiçar uma voz como a sua.

[Hank tira cartão do bolso]

HC: Aqui. Fique com meu cartão, tire um tempo para... pensar na proposta. Ela não tem prazo. Se quiser cantar para nós, tudo que tem que fazer é ligar. Tenha uma boa noite, Sra. Partridge.

[rádio sintonizando]

CW: Com licença, senhorita, seu nome é Penelope Wise?

PENNY WISE (PW): É, posso te ajudar?

CW: Oi, talvez você se lembre de mim? Trabalho com Jack Wyatt.

PW: Oh, sim, ‘cê é hm… o sujeito da segurança. Desculpa, Sr...

CW: O rendimento dele tem piorado ultimamente.

PW: Oi?

CW: Não se preocupe, não é culpa sua. Na verdade, você vai me ajudar a resolver isso.

PW: Olha, eu num acho—

CW: Ele sofreu um ferimento há alguns meses. Isso o afetou. Parece ter o levado a um pouco de... excesso. Comportamento imprudente. Só preciso que você se assegure de que ele está bem.

PW: Escuta aqui, Sr. Medonho. Não sei que que ‘ocê quer, mas o que eu faço ou deixo de fazer com as pessoas que eu me importo não é da sua conta! O Jack é próximo de mim, e não gosto nada de ser incomodada por estranhos me parando e perguntando sobre quem é próximo de mim—

CW: Seu pai.

PW: Meu… pai?

CW: Ethan Wise. Tem uma fazenda de gado a cerca de dois quilômetros da cidade, certo? Parece que ele deixou de pagar algumas hipotecas, aqui e ali. Sabe... eu poderia ajudar com isso.

PW: O que você quer?

CW: Só o ajude. Queremos Jack feliz e saudável, com os olhos brilhando e o rabo abanando quando chegar ao trabalho de manhã. Mantenha a mente dele livre de problemas e cheia de pensamentos felizes. Dê a ele algo para o qual voltar para casa, ao fim do dia. Tire-o da bebida. Só seja você mesma, Senhorita Wise, e tenho certeza que todos conseguirão o que querem.

PW: Mais alguma coisa que eu possa fazer por você?

CW: Não, senho–

PW: –Ótimo. Posso ir agora?

CW: É claro.

[Penny sai]

CW: Obrigada pela cooperação, senhorita!

[rádio sintonizando; distorção estática]

BD: Esta está fadada a ser minha última gravação... É 15 de dezembro... ou 18... 10? Não... não sei mais. É dezembro de 1946, tenho quase certeza. Não consigo organizar os dias na minha cabeça. Posso me sentir esvaindo... Os ataques estão mais frequentes, perco a noção dos meus... Certos dias, passo uma hora só repetindo palavras de novo e de novo e só repetindo palavras de novo e de novo e só repetindo—... Não sei. Não sei o que estou dizendo mais. Merda, Partridge, era para você resolver isso! Você poderia ter tido tudo! Por que não vai pode resolver isso?

[distorção estática aumenta; Bill tosse]

É isso. Sei que é. Preciso… Whickman. Ele vai ter que comandar as coisas para mim agora.

Chet. Escute. Não perca sua determinação. Mantenha-os trabalhando. Estão tão perto, e eu... Se resolverem o problema, mesmo depois de eu morrer, você ainda pode me salvar. Mande o projeto do modelo final de volta para mim, antes de eu—

[uma caixa cai na mesa; distorção estática diminui]

Ha… Haha! Falando no diabo. Aí estão. As fitas, os projetos para uma… parece que algum tipo de sala com a Timepiece dentro e um… HA! A CELA, hm? Oh, Partridge, seu cretino lindo, eu sabia que você vai— sabia que... Sei que você vai concertar tudo!

[Bill disca o telefone; distorção estática]

BD: Whickman! Aqui, venha aqui agora. Conseguimos. Conseguiremos. Eu recebi o... Partridge, ele vai acabar— ou… [tosse] vai ter acabado— Urrgh… Partridge, ele chegou— chegando perto— ele já, e vai ter mandado.... vai.... vai ter mandar... Aaaah! Ele vai ter mandando...

[Bill tosse; derruba o telefone; desmaia]

CW: [no telefone] Não se preocupe, senhor. Estou chegando. Não vou decepcionar você.

[gravador de fita desliga]


ars PARADOXICA é criado por Daniel Manning e Mischa Stanton.
Episódio 10: Consequência, Ato I
características -

Rob Slotnick (Bill Donovan)
Reyn Beeler (Chet Whickman)
Kristen DiMercurio (Sally Grissom)

Robin Gabrielli (Anthony Partridge)
Susanna Kavee (Helen Partridge)
Charlotte Mary Wen (Penny Wise)
Dan Anderson (Hank Cornish)

Isabel Atkinson (Amelia Arnault)
Julian Mundy (Ivan Maraczek)
Eric Rafael Ibarra (Victor Lambert)
Pete Lutz (J. Edgar Hoover)
Amanda Bailey (
vozes adicionais)

Música original por Mischa Stanton.

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